Nāo tenho ouro,
Nem prata,
Nem mérito
Ou cartāo de crédito.
Tenho meu silêncio,
Que transformo em palavras baratas,
Quando quero.
Ás vezes, elas
Desencasulam-se aladas
E viram borboletas.
Às vezes,
Escorrem boca abaixo,
Qual massa ígnea.
Por vezes, duras,
Brotam como comandos.
Outras, de latāo,
Se moldam em insígnias.
Em todos os casos,
Sāo inúteis:
As borboletas,
Porque a natureza já as produz
Aos milhares
E massas ígneas
Nāo passam de vômito
De vulcōes
Mal-humorados.
Melhor será, pois, Manter-me em silêncio, Ruminando Minhas perplexidades, Ou, pelo menos, Parir ouro, Como certas galinhas De cacarejar bilingue.


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